domingo, 6 de junho de 2010

Falas-me através das sombras em dialectos estranhos, tu que és fogo em mim.
Questiono-me se te terás entregue a alguém. Não o corpo que usas mas o que és, essa aura metafísica. Será que alguém a viu desnuda?

Dizes que a Noite é acreditar e às vezes chorar.
Nessas palavras que debitas nas sombras, dizes o que ficou por dizer. O ar que respiras é a tua folha de papel, nele desenham-se as palavras que voam da tua mão agora aberta. Já não as conseguias manter reclusas na palma da tua mão.

Eu digo que não perdeste. Podes não ter ganho, mas neste combate existente apenas na tua mente retiras sempre algo, parecido com um sopro estranho que só fará sentido quando tudo o resto deixará de faze-lo.

Será que em alguma noite de sombras, eu conheci o sabor da tua pele? Naquelas em que confessaste o teu mais ardente desejo: a Morte?
Nunca tenho respostas, somente perguntas.

Quem idolatrizas? espero que seja o reflexo que te cumprimenta todos os dias no espelho. Esse reflexo que não é teu mas sim do mundo, representação de crença real e verdadeira.

E tu tentas dar-me as respostas nas sombras, mas elas abraçam-te...

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