segunda-feira, 16 de maio de 2011

Cleptomania alcoólica.

Será que isto é mesmo uma doença? Se o for eu sou um mártir...
Passo a explicar: Quando estou no limbo dos copos dá-se em mim esse estranho fenómeno de roubar coisas sem valor pelo simples prazer de roubar.
Tenho uma bela quantidade de cinzeiros, bases de copos e bandejas tudo tirado de bares a altas horas. Como se rouba uma bandeja de um bar? É a questão pertinente. Nada mais fácil; se estiver uma bandeja esquecida numa mesa põe-se um casaco por cima e ,puff, desapareceu.
Esta cleptomania nocturna já deu azo a situações caricatas. Uma vez trouxe de Santo Tirso um contentor do lixo, daqueles que estão na rua. Obviamente estava vazio e não sei como o consegui meter no meu carro. Dizem as pessoas que estavam comigo que percorri quase todo o centro de Santo Tirso com o contentor às costas porque já não sabia onde tinha o carro. A bela cidade de Santo Tirso não merecia tal coisa. Sou sempre tão bem recebido por aquelas bandas! Já nem sei o que fiz ao contentor, mas foi estranho vê-lo no meu carro porque não me lembrava de nada.

Outra situação caricata: Noutra noite daquelas mesmo hardcore, até, se não estou em erro, foi no dia do primeiro concerto da minha actual banda, roubei um sinal de Stop e coloquei-o na mala do carro e nunca mais me lembrei dele. Até ao dia em que sou parado pela Brigada de Transito de Penafiel e me mandam abrir a mala para ver o que trazia lá dentro. Fiquei branco, azul, enfim, de todas as cores do arco-íris. O agente, muito simpático por sinal, já me tinha perdoado uma multa de 60 euros por ter os documentos com moradas diferentes. Sei o valor porque já apanhei uma assim e não me serviu de lição. Perante o panorama de atentado contra o património do estado, o agente ficou perplexo e ordenou-me que fechasse a mala e seguisse viagem antes que o comandante dele visse aquilo. Altamente o senhor agente. O sinal de Stop está agora a decorar a sala de ensaios. Acho que ali não vem a polícia... Espero eu!

E mais uma situação caricata: Estava no Rock Bar em Lorelo, Paredes e apeteceu-me roubar os copos de fino que ia bebendo. Na altura eu era daqueles metaleiros mesmo old-school e andava muito com aquelas calças militares com bolsos muito largos. Resultado: já tinha à vontade uns 10 copos de fino nos bolsos quando o dono do bar começa a oferecer rodadas de cerveja. Na primeira não fiquei demovido do meu delito, mas quando chega à terceira cerveja oferecida, tive um ataque de consciência e fui incapaz de roubar os copos. Claro que sair do bar com o barulho dos copos a tilintar nos bolsos na altura nunca me pareceu um problema. Portanto, encontrei um vaso e comecei a esconder os copos furtados atrás do dito cujo. Claro que essa acção não passou despercebida, mas ninguém me disse nada. É normal por aqueles lados haver pessoal maluquinho como eu, parece.

Toda a gente diz que não se apercebe de quando eu já estou muito alterado pelo álcool. Talvez esse seja mesmo um grande indício. Vou começar a pedir às pessoas com quem saio, quando voltar a beber óbviamente, para estarem atentas à minha pungente cleptomania. É sinal de que não deverá entrar mais nenhuma gota de álcool na minha garganta.

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