segunda-feira, 9 de maio de 2011

Gosto de observar com olhar expressivo a maneira como não te importas de carregar todo o peso do mundo nos teus ombros.
Estão esfolados e cobertos de bolhas de tamanho esforço mas não paras para descansar. Segue-se ao longe um novo cume para conquistar com escarpas tortuosas para serem escaladas.
Impassível, o teu rosto fixa o horizonte que está ali mesmo à frente para ser agarrado. Eu passo ao teu lado, gostava de mover algumas das pedras que ameaçam a qualquer momento mudar de posição para te tentar derrubar e fazer-te sucumbir ao peso que carregas. Não o faço. Não me permitirias...

A caminhada solitária até ao cume é recompensa que jamais será saqueada pelos muitos bandidos que se escondem nas sombras.
Gostava de lá estar para ser eu a entregá-la. Mas eu ficarei no sopé a observar e a relatar aos ventos os teus feitos.
Depois do universo estar todo conquistado, aguardará o supremo desafio de conquistar a tua própria humanidade. Conseguirás certamente, mas não me permitirás ser trovador de tal feito. Ficará na imortalidade da racionalidade.

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