terça-feira, 24 de maio de 2011

Dá-me abrigo só esta noite.
Cá fora a tempestade ri-se sarcasticamente para mim.
Ela está apenas na minha mente, não a conseguirás ver.
Dá-me o teu refúgio espectral para eu conseguir pernoitar.
Dá-me o brilho do teu olhar para me iluminar na escuridão que me envolve apesar do sol estar radiante na sua altivez.
Dá-me o licor dos teus lábios para me embriagar e assim perecer mais depressa e mergulhar nos vales tormentosos dos sonhos que hoje abrirão uma brecha para eu conseguir ver para lá do horizonte uma pequena centelha do que é a paz.
Quando a tempestade amainar, acorda-me e olha bem para dentro de mim e diz-me se me consegues ver.
Se conseguires, corta as minhas amarras e deixa-me voltar à minha deriva eterna por entre os mares de tormentos que saltam sempre para me derrubar.
Antes de partir, pedir-te-ei que uses sempre o teu sorriso. Será farol metafórico que me trará de volta para ti assim que uma nova tempestade ameaçar destronar a paz temporária que resulta de um breve vislumbre do teu rosto.

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