quinta-feira, 27 de maio de 2010

Abram alas para o rei das sombras. Aquele que dispensa o uso de coroa.
Aquele que não é venerado com a excepção do seu anonimato.
Onde o sol não flagela as suas visões, esse é o seu reino...
Tem vista privilegiada sobre a claridade e ao seu lado estará eternamente a soturnidade.
Rejeita aclamações e vagueia nas tuas perversões.
A vida nas sombras não é difusa assim como o semblante que usa.
Não existem tentações revestidas com películas de paixões que o façam ter ilusões. Deixa isso para os que não são súbditos aos quais jamais pregará em púlpitos.
Não tem pinceladas de morbidez na sua mui nobre tez, apenas uma enorme tela de sensatez.
Debaixo do seu silêncio nunca submisso, rebela-se um suplício erguido num suspiro ansiador de armistício.
e as atrocidades por ele assistidas reinforçam as verdades, essas miragens, apenas presentes em corpos suicidas.
Aí está ele no seu trono não esculpido em ouro, observando-te, tu que és o seu mais precioso tesouro. As tuas acções são a sua riqueza, pois estão erradas e acentuam a tua tristeza.

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