domingo, 15 de novembro de 2009


Gosto do silêncio que é emanado pelas tardes de chuva. Parece que tudo interrompe temporáriamente todo o seu ritmo maquinal.
Arbitráriamente escolho um cd para servir de banda sonora enquanto acendo um cigarro e observo a imensidão de paz que se estende para além da linha do horizonte.
Este é um silêncio solitário. Não tenho ninguém com quem o partilhar. Tem tudo para ser um daqueles silêncios que engloba em si mesmo todas as conversas e todas as mais belas palavras.
Seria um daqueles momentos etéreos e perfeitos em que a melodia da chuva suavizaria toda a agressividade e violência que brota das colunas.
Terei eu um dia alguém para comungar comigo deste silêncio? Alguém em que apenas os olhares comunicariam e seriam eles os autores de belas e intemporias odes?
Na infinita rebelião que são os sentimentos humanos não há espaço para vazios quando apenas os olhos comunicam.
O tédio é algo ausente já há algum tempo destas paisagens pinceladas de cinzento que sou eu. Há demasiadas coisas para serem feitas. Estou calmo! Uma calma que tanto lutei para obter e finalmente consegui.
Se, porventura, deflagrasse uma hecatombe perante os meus olhos permaneceria imerso nesta mesma calma se tivesse um olhar a comunicar com o meu. Não existirá sensação mais sublime.
Dedico-me a avaliar os olhares de todos os que se cruzam comigo para o encontrar. Tenho muitos para analisar. Desejem-me sorte.

1 comentário:

Carina disse...

A sorte procura-se e tu és das pessoas que mais a procura. Já tens alguns resultados à vista. Que continues assim sempre à procura de algo e mais dia menos dia o olhar que procuras encontrará o teu.