segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Estou na minha caverna camuflada por árvores milenares e demais vegetação pré-histórica.
A misantropia é um estado de direito e de alma. Nesta minha caverna tenho todos os confortos e uma visão paisagística de todos os abismos e demais ofertas do mundo exterior.
Atafulhadas a um dos cantos da minha caverna encontram-se palavras arrumadas em toda a sua desordem. Agorafobia é uma doença ou apenas um estado de espírito. Geralmente estado de espírito e estado de sítio são sempre sinónimos.
Tudo me acena em desdém. A tudo nego, pois tudo o que quero está na minha caverna.
É a vantagem de ter uma mente supercriativa, que catapulta tudo para as mãos.
Ninguém é bem-vindo aqui. Ou melhor, ninguém quer entrar.
Apenas eu vejo que não estou sozinho aqui. Está quem eu quero que esteja. O que olhos humanos consideram uma rocha, eu vejo uma pessoa. Está aqui quem amo. Sempre esteve e estará. Continuo a declamar poesias à velocidade da luz como elas se formam no meu pensamento. Não preciso de ter resposta das rochas. Não preciso de respostas porque também não tenho perguntas.
Nada são objectos inanimados. Tudo tem vida e fala comigo.

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