terça-feira, 24 de novembro de 2009

Uso dias de forte sentimento anti-social para me entregar ao fantástico universo da literatura escrita por outras almas torturadas e sonhadoras que não a minha.
Escolho alguns livros já lidos anteriormente e que de uma forma ou outra me marcaram.
Um deles é “As portas da percepção” de Aldous Huxley.
Este livro editado em meados do século XX foi extremamente polémico e usado por Jim Morrison para dar nome a uma das imortais bandas que viverá muito para além do dia do cataclismo.
Para quem conhece minimamente a biografia de Jim Morrison isto já será motivo suficiente para deixar água na boca.
Huxley defende neste livro o total e isento de restrições uso de drogas para aumentar o nosso conhecimento.
É uma enciclopédia de drogas e efeitos causados por cada uma.
Um livro que li e reli atentamente, não porque precise de algo que me abra as portas da percepção porque elas estão escancaradas e não precisam de chave. Gosto deste livro porque foi editado no seio de uma época extremamente conservadora e toca em assuntos proibidos e mesmo mais de meio século passado desde a sua edição, muitas serão as mentes que se o lerem atribuiam-lhe imediatamente como destino a fogueira.
Está muito bem escrito e Huxley consegue transmitir e provar a sua mensagem.
Sou contra o uso de drogas para a obtenção do objectivo que Huxley propõe. Ele é possível naturalmente sem artifícios químicos. Basta abolir as barreiras que as pessoas edificam em si próprias e desrespeitar as da sociedade que rege o que a nós não pertence.
Já tive experiências com drogas. Não foram assim tantas nem tão poucas quanto isso.
Nada de cavalo. Não se preocupem… Conheço um numero de alterantes psíquicos, mas que não me provocaram o que Huxley defende precisamente porque não preciso.
No universo das drogas ditas pesadas, conheço a dama branca, como é chamada na minha terrinha. O suposto efeito que devia causar em mim não esteve presente. Único efeito causado: Sobriedade total e absoluta anulação de toda e qualquer vontade de dormir.
Restantes psicotrópicos experimentados por mim no campo das drogas leves. Alheamento total do mundo circundante. Vagas sensações de euforia e total reclusão auto-infligida. Ausência de toda e qualquer capacidade de comunicar. Nada de alucinações e vontade incontrolável de dançar. Imunidade total a todos artifícios denominados alterantes da mente.
Apenas um imenso mal-estar físico…
Prefiro ficar com as minhas drogas que são fáceis de obter e que não pretendem alterar nada em mim: Ler, escrever, fumar, beber e musica. Outra não tão fácil de obter mas quando consigo a minha dose consumo em excesso. A única que gostaria de ter uma overdose: Sexo…

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