terça-feira, 6 de abril de 2010

Envenamento Nocturno


A suavidade e beleza atrozes das paisagens nocturnas é ingerida num cálice dourado com talhas aristocráticas de clãs de homens sem fé e confiança de qualquer espécie.
Doce elixir que corre rapidamente por veias entupidas outrora por vontades desconexas que nunca caminharam livres e com forma, por mais horrenda e monstruosa que fosse.
Este veneno de almas entra em ebulição e não obstante as diferentes profundidades a que as almas estejam sepultadas no corpo humano, escava sempre pelo emaranhado de tecidos e cartilagens corroídas que compõem estes corpos destituídos de imortalidade e abrem sulcos para onde flui livremente.

A noite envenena mas nunca condena.
Ela enfeitiça e todos os fogos atiça.
É divinal o seu néctar e este veneno psicológico floresce num pomar de pecados cultivado por amaldiçoados. que um dia ousaram desfiar as suas consciências .
Eu sou um deles e visões idílicas do meu veneno a escorrer pelos teus lábios formam-se mais rapidamente do que as nuvens numa tempestade.
Deixa-o correr bem dentro de ti.
Qual alucinogénico transgénico... Apenas um fugaz vislumbre da minha noite para tu provares...

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