domingo, 18 de abril de 2010

O que outros malucos alucinados como eu disseram um dia:

"Não há sensação mais intensa e activa que a dor; as suas impressões são inconfundíveis"- Marquês de Sade

"Toda a arte e toda a filosofia podem ser consideradas como remédios da vida, ajudantes do seu crescimento ou bálsamo dos combates: postulam sempre sofrimento e sofredores".- Nietzsche

"Sofrer, é só uma vez; vencer, é para a eternidade." Kierkegard

"Muito aprendeu quem bem conheceu o sofrimento." Anatole France

"De duas ou mais dores simultâneas, a nossa atenção escolhe uma e quase esquece as outras. Na ruína do nosso tempo, vê se escolhes o mais importante dela. Evitarás assim o ridículo de chorar a perda de um alfinete numa casa que te ardeu. E a História olhar-te-á com simpatia - talvez vá mesmo para a cama contigo." Vergílio Ferreira

"A dor é o pai, e o amor é a mãe da sabedoria." Lwidwig Borne

"A dor eleva, a dor exalta, a dor diviniza." Guerra Junqueiro

"Dai a palavra à dor: a dor que não fala, geme no coração até que o parte." Shakespeare

"Entre a dor e o nada, escolho a dor." William Faulkner

1 comentário:

Anónimo disse...

Hino à Dor

Sorri com mais doçura a boca de quem sofre,
Embora amargue o fel que os seus lábios beberam;
É mais ardente o olhar onde, como um aljofre,
A Dor se condensou e as lágrimas correram.

Soa, como se um beijo ou uma carícia fosse,
A voz que a soluçar na Desgraça aprendeu;
E não há para nós consolação mais doce
Que o regaço de quem muito amou e sofreu.

Voz, que jamais vibrou num soluço de mágoa,
Ao nosso coração nunca pode chegar...
Mas o pranto, ao cair duns olhos rasos de água,
Torna mais penetrante e mais profundo o olhar.

Lábio, que só bebeu na fonte da Alegria,
É frio, como o olhar de quem nunca chorou;
A Bondade é uma flor que se alimenta e cria
Dos resíduos que a Dor no coração deixou.

Em tudo quanto existe o Sofrimento imprime
Uma augusta expressão... mesmo a Suprema Graça,
Dando aos versos do Poeta esse esmalte sublime
Que torna imorredoira a Inspiração que passa.

É por isso que a Dor, sem trégua nem guarida,
Dor sem resignação, Dor de estóico ou de santo,
Só de a vermos passar no tumulto da Vida
Deixa os olhos da gente enublados de pranto.

António Feijó, in 'Sol de Inverno'