terça-feira, 7 de junho de 2011

Com uma mão deixo-te ir mas com a outra puxo-te para mim.
Uma mão quer que tu sejas livre mas a outra quer que seja eu livre. A mesma mão que te sufocou tentando agarrar-se à sanidade. Esta mão é egoísta. Esta mão agarrou-se a ti com toda a força para não cair no labirinto da insanidade. Quase te arrastou com ela.
A mão esqueceu-se que a sanidade rapidamente se transforma no seu antónimo.

Consigo vir à tona por breves segundos neste mar de tormentas que é o meu cérebro. Aproveito para encher de ar os meus pulmões para uma emersão que estará para bem breve. Não vejo agora a tua mão. Estarás talvez a apanhar sonhos que flutuam no ar ao teu redor. Vejo apenas a noite estrelada e não consigo ver o teu brilho. Estarás certamente a brilhar noutro céu.

Volto a afundar-me nas águas turvas tentando ganhar força para delas sair. Mas eu não sei nadar. As minhas mãos tentam escalar paredes escorregadias de pensamentos. Já não há uma mão lá fora para me puxar para a superfície. Usei-a em demasia e ela fartou-se. Não a censuro. Não culpes a minha mão por ser tão egoísta. Foi uma mero reflexo de sobrevivência.
Agora é o tempo de aprender a nadar sozinho. Se chegar à margem prometo que não procurarei de novo a tua mão. Mas que falta que ela me faz...

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