sexta-feira, 3 de junho de 2011

Se beber... não jogue futebol.

O meu principal hobbie tornou-se, recentemente, jogar futebol. Sou guarda-redes de futebol de 5 e, aparentemente, com alguma qualidade, modéstia à parte, pois tenho que recusar convites de equipas por manifesta falta de tempo. Eu com falta de tempo até parece uma heresia...
Ás sextas feiras tenho sempre jogo ás 7 da tarde. Há um pequeno grande problema; Eu saio do trabalho ás 5 da tarde (roam-se de inveja vá lá), o que equivale a duas horas para matar tempo até ao jogo. Matar tempo sugere ir a uma esplanada beber uma cervejinha descansado e dar duas de letra não fosse estar um tempo que em nada convida essas actividades. O problema de hoje foi que encontrei o meu antigo chefe agora reformado. O homem adora-me! Quero pensar que é por eu ser bom profissional e que a capacidade sobre-humana de absorver álcool nada tem a ver com isso... Sou convidado a ir beber um copo a uma tasca em Penafiel. Se vierem um dia para esta zona e gostarem de beber um bom vinho visitem o 33. É mesmo ao lado do estádio do F.C. penafiel. Não há que enganar....
Aceito o convite do velhote mas já com um receio enorme a formar-se no meu âmago. Só tinha entrado duas vezes neste recinto. Uma em plenos anos 90 quando Penafiel era a capital do heavy metal em Portugal com o seu mítico festival Ultra Brutal e outra com o meu primeiro patrão após uma tarde de calor intenso. As duas tiveram resultados idênticos: borracheira total!! Já ia precavido, mas perante vinhinho fresquinho e bom tudo se desmorona. Em menos de meia hora lá bebi uma garrafa e meia. O meu problema é começar, depois disso nem o céu é o limite...
O telemóvel começa a tocar. Pois... já está na hora de começar o jogo e o guarda redes não aparece. Está na hora de atravessar a cidade de Penafiel de um extremo ao outro com transito caótico e já a sentir a borracheira a invadir o meu corpo frágil. Acho que não violei nenhuma lei de transito, pois quando bebo é a altura em que conduzo melhor. Acho eu pelo menos.
Chego ao campo e os meus companheiros de equipa acham estranho eu cumprimentar todos os adversários antes de me dirigir para a minha baliza. Era o primeiro sinal de que algo não estava bem. Jogo constantemente com a minha camisola do BENFICA (já me disseram que era o meu maior defeito, mas eu acho que é a minha maior virtude, ser benfiquista daqueles mesmo doentes) e enquanto me dirigia para a baliza imaginava que estava no estádio da Luz a abarrotar e toda a gente a gritar o meu nome. Envolto neste sonho acordado ia cumprimentando pessoas imaginárias à medida que ia beijando o símbolo do Benfica na minha camisola. Os meus colegas de equipa ficam a olhar para mim com cara de parvos com toda a razão...
Começa o jogo e no primeiro remate à minha baliza sofro um frango monumental. Sou logo chamado de Roberto (guarda redes do Benfica na epoca que terminou), mas acho que nem ele sofreu um golo tão estúpido! Do resto do jogo não me lembro de quase nada, só sei que perdemos por um golo e, após questionar os meus companheiros, soube que me substituíram na baliza porque nunca acertava na bola.
Nos balneários surge a revelação de todos os males do guarda-redes do benfica nesta época não fosse eu um especialista em teorias da conspiração. Coitado do rapaz! ele é bom guarda-redes, só que com um bar em pleno estádio da Luz chamado Catedral da cerveja estão à espera do quê? Enquanto se espera pelo próximo treino ou jogo tem que se matar tempo... por isso é que ele falha tanto nos jogos! As frescas são um apelo irresistível... Se o Roberto e eu deixarmos de beber seremos os melhores do mundo! Quer dizer, eu só quando bebo é que me considero o melhor do mundo e depois é o que se vê. O que conta é a intenção. Força Roberto! Vais conseguir ultrapassar o alcoolismo...

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