domingo, 5 de junho de 2011

Crónica alcoólica versão festa trance.

Sábado à noite e o objectivo é ir a Guimarães ao fantástico Centro Cultural VilaFlor ver uma banda que descobri recentemente, os também vimaranenses Bulota. Rock puro e duro com uma negritude brutal. Não há cá eufemismos. É assim e mais nada!
Seria mais uma daquelas noites fantásticas em que parto sozinho à descoberta.
Seria... Disse bem. O concerto era só à meia noite, o que dava tempo para ir tomar um cafezinho e uma cervejinha para a viagem para a lindíssima cidade de Guimarães.
Pois, o meu problema é mesmo começar. Não me devo ter ficado só por uma cervejinha, pois há um lapso temporal enorme e quando dou por mim estou numa festa trance num sítio completamente desconhecido ás 3 e meia da manhã.
Fiquei sóbrio rápidamente com o choque causado pelo martelar das batidas e o efeito caótico das luzes. Tento perceber como vim aqui parar ao mesmo tempo que uma conspiração genocida se forma no meu cérebro. É esse o efeito que os martelos me provocam. Fico com instintos homicidas e macabros.
Olho para os corpos que se contorcem em ritmos desumanos ao som de batidas frenéticas e de ruídos parecidos vir directos do fundo do meu intestino e amaldiçoo, mais uma vez, ter ligado a alguém para ir tomar café comigo.
Estou completamente perdido. Vou ao bar beber uma cervejinha a ver se os ânimos se acalmam e, vindo do nada, estou a ter uma discussão com um dj porque ficou ofendido comigo porque lhe disse que não considero dj´s como músicos. Deveria estar calado realmente e geralmente guardo toda a irritação para mim, mas não consegui aguentar.
Reparo que as pessoas olham para a camisola que tenho vestida. Cum caralho! Fui buscar ao baú a camisola que comprei quando vi pela primeira vez Metallica ao vivo no ano de 1999. Estou mesmo vestido para a ocasião!
Encosto-me ao bar tentando decifrar como vou sair daqui sem armar mais confusão e sem levar um selo na boca. A rapariga do bar apercebe-se do meu desnorte e oferece-me uma cerveja ao mesmo tempo que me pergunta como vim aqui parar pois estar obviamente tão deslocado. A conversa flui e de repente a rapariga estende-me um charro. Perdido por 1 perdido por 100! Já não fumava destas coisas há imenso! Aquilo dá-me um estalo com a força física de quase uma tonelada! Tenho um mini ataque de pânico. Só quero apanhar ar puro nas ventas!
Reconheço a pessoa que está na porta e pergunto-lhe se sabe como fui parar áquele local. Choque enorme! Vim no meu carro! Apetece-me flagelar-me brutalmente! Como é que eu insisto ainda em conduzir nestes estados. Já paguei 500 euros de multa por excesso de álcool e estava "sóbrio". Imagino o que me aconteceria se ontem tivesse apanhado a polícia. Estaria hoje a escrever isto hoje numa jaula à espera do julgamento certamente. O resto da noite foi esperar que amanhecesse para assim ter menos probabilidade de apanhar a polícia. E bulota, foi o que fumei, mas a banda ficará para uma próxima espero eu!

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