Dança comigo neste amanhecer sangrento a dúvida primogénita de todas as duvidas.
Ela acaricia-me a pele escamada assolada pela acção do tempo, esse inimigo invisível e sempre vitorioso.
Onde estarás tu nesta noite? Noutros braços que não os meus...
Começa a chover, mas a ardência que alastra dentro de mim não será jamais apagada por naturezas iradas.
Fogo que me beija apaixonadamente com as suas labaredas geladas antes de se propagar ao bucólico ambiente que rodeia tão irreligiosa valsa. Passos repletos de graça contagiando este corpo inerte, escravo de todos menos de mim.
Fragmentos residuais tóxicos de dizeres amorfos de catarzes prometidas na morgue do pensamento.
Onde estarás tu esta noite, espírito nómada do que ainda não foi dito?
A dança continua agora sem a Noite que substituiu a Morte no seu lugar.
A aurora despe-se e recolhe-me nos seus seios. Voluptuosa conjugação de palavras intemporais.
Há sempre novos adjectivos para o nascer do dia e o morrer da consciência.
Onde estarás tu esta noite?
Jamais conseguirão divindades ocupar o teu lugar...
Discursos paralíticos de novas raças para novos mundos selectivos e nunca receptivos são escritos aos primeiros acordes dos sois negros que saúdam fascistamente novos ódios Ad Hominem.
Onde estarás tu esta noite de todos os pesares onde os sonhos já não são czares?
Vem curar este hiperbolizar do analisar fruto do não-amar.
Vem... vem-te... Afoga nos teus fluidos todos os ruídos e deixa-me exausto de tamanho repasto...
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