quarta-feira, 17 de março de 2010

Metáfora paradoxal

Blasfémias misantrópicas acordam dias de desassossego.
Flatulências verbais sem odor.
Aos primeiros acordes da claridade, melodias extremas de vazio, obras inacabadas estendem-se para longe do campo de visão.
As muralhas, em que as pedras são de lágrimas petrificadas, tem sempre brechas por onde a indesejada luz do sol entra.
Amaldiçoada luz que insiste em acordar o que em hibernação eterna deseja estar!
Ela acarreta sempre consigo um co-piloto chamado desilusão. O prefixo de tal palavra é mais forte que o resto da mesma. Retira-lhe todo e qualquer significado.
Por mais muralhas e mais altas que se ergam, porque pedras nascem todos os dias, a luz entra sempre e queima todas as feridas que habitam nas costas fazendo-as latejar em agonia.

Por mais escuridão criada e desejada, a luz entra sempre...

1 comentário:

Mina disse...

lindo, força de esperança. Es poeta para vida e para depois da vida