Perguntaram-me recentemente qual o objecto que eu gostaria de ser. Gostaria de ser um livro.
Seria um livro interessante em que cada dia teria adicionados e retirados capitulos. Uma estória constantemente reescrita. Há quem me consiga ler como se eu já me tratasse de um. Se a leitura se tornasse monótona ou desinteressante poderia sempre servir de objecto decorativo numa estante ou então de base para copos ou chavenas ou ainda serviria também para calçar aquelas mesas e\ou cadeiras que aborrecidamente estão sempre desiquilibradas. Teria capa dura e folhas amareladas, como se de um clássico perdido numa biblioteca de alguém se tratasse. Teria muitas páginas sempre em numero incerto. Seria provávelmente um épico comparável a Assim falava Zaratustra de Nietschze. Com prosa fluente e construções gramaticais desconexas tentando esticar a fronteira das regras de etiqueta da literatura. Seria a perfeita aplicação do ditado :"Não se deve julgar um livro apenas pela capa." Há tanta literatura para descobrir dentro de mim. Resta saber se haverá leitores...
1 comentário:
Um dos mais belos livros é rasgar o próprio Ser e deixá-lo tilintar nos orvalhos da madrugada
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