terça-feira, 28 de julho de 2009


Tal como subitamente o ceu de repente transforma o sol em chuva dissolvente, sou assolado por insónias brutais que desaparecem com a mesma facilidade como apareceram.

Talvez numa semana só tenha dormido duas noites. Não sei...

O relógio avança sorrateiramente. Segundos parecem horas e horas parecem milésimos de segundo. Perdi toda e qualquer noção do que é o tempo. Sei que existe um horário sagrado para cumprir para os demais, mas eu é como se estivesse num outro espaço temporal onde não esxiste nem dia nem noite. Apenas fragmentos de luz e de escuridão.

No seio do meu periodo aureo de insanidade médica, conheci alguém que tinha perdido a capacidade de dormir. Na altura fazia 3 meses em que tinha fechado os olhos pela ultima vez. Tinha o aspecto mais fresco e descansado do mundo. Eu estava completamente possuido por calmantes e soporíferos de toda a espécie, mais parecendo um fantasma do que anteriromente tinha sido. Lembro de partes de conversas que mantivemos. Essa pessoa acreditava que o seu corpo se recusava a dormir com o receio de perder algo de estupendo que lhe viria mudar a vida por completo e que poderia chegar a qualquer instante. Tinha a convicção que algo o procurava sem o encontrar.

Talvez eu procure algo, porque sei que nada me procura. Resta-me identificar exactamente o que procuro agora que a lucidez aparenta estar em mim.

Não sou nenhuma mente brilhante à qual surgirá a ideia de terminar com algum flagelo que assola a humanidade. O tempo de me preocupar com o curso da humanidade já foi levado com a maré. A humanidade também não se preocupa com o meu curso... Digámos que é uma indiferença reciproca.

Não posso inverter o curso do relógio, resta-me apenas olha-lo como um analfabeto olha para um livro porque o não consigo entender